O parlamento espanhol rejeitou, nesta terça-feira (8), uma
petição da Catalunha para a realização
de um referendo sobre a independência da comunidade em relação ao resto do
país. A imensa maioria dos deputados votou contra o pedido, mas o presidente da
Catalunha afirmou que seguirá organizando o pleito, para que os catalães expressem
seu desejo para decidir se querem ou não fazer parte da Espanha.
"Eles estão com medo que o povo catalão vote. Alguns
gostariam de apresentar isso [a rejeição do parlamento] como o fim da questão.
Mas, como presidente da Catalunha, eu digo a eles que esse não é o fim",
afirmou Artus Mas, presidente da comunidade autônoma, após o debate de sete
horas que culminou no voto contra a proposta.
A petição havia sido feito em janeiro ao legislativo
espanhol. A Catalunha, uma das três regiões da Espanha que têm um idioma além
do castelhano como língua oficial, possui um histórico secular de luta por
maior autonomia, e o apoio do movimento separatista é grande. A região responde
por um quinto da economia e 16% da população espanhola.
"As instituições catalãs vão buscar nas leis uma
maneira de continuar a organização dessa consulta", disse Mas. A proposta
do governo catalão é realizar o referendo em novembro.
No fim de março, o Tribunal Constitucional da Espanha
declarou que o formato atual do referendo era ilegal. O tribunal destacou que
"uma comunidade autônoma não pode, unilateralmente, convocar um referendo
de autodeterminação para decidir sobre sua integração na Espanha".
Segundo o ministro da Justiça espanhol, Alberto
Ruiz-Gallardon, a Constituição não permite que essa votação aconteça.
O presidente do governo espanhol Mariano Rajoy afirmou,
durante o debate desta terça-feira, que a separação da Catalunha seria uma
perda para ambos os lados. "Juntos todos vencemos, mas separados todos
perdemos. Isso não é só uma questão de lei, mas de sentimento. Não consigo
imaginar a Espanha sem a Catalunha, ou a Catalunha fora da Europa", disse
ele.
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